21 de novembro de 2024
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Litro do açaí comum saltou de R$ 7,00 para R$ 15,00. Batedores dizem que atravessadores estão inflacionando o preço do produto em mais de R$ 100%

O período da entressafra do açaí, iniciado em dezembro do ano passado, inflacionou o preço médio da saca do produton nos mercados de Macapá e Santana, distante 17 quilômetros da capital, além de outros distritos e municípios do Amapá. Na Feira do Açaí, na rampa do bairro Santa Inês, por exemplo, onde existe uma das maiores concentrações de venda do produto in natura, o valor da saca bateu os R$ 300 nessa segunda-feira, 19.

Em função disso, nas amassadeiras o preço do açaí bruto chega a custar R$ 15,00 (o litro comum), e R$ 30,00 o especial. Até o fim do ano passado, o preço do litro comum era de R$ 7,00 ou R$ 8,00. Os batedores afirmam que os atravessadores também são culpados pelo aumento do preço desenfreado.

“Tem muita fruta verde no pé, mas só vai ‘pretar’ depois de março. Os clientes reclamam, mas não podemos fazer nada. Compramos a saca por um valor elevado, logo esse percentual é repassado ao consumidor”, afirmou o batedor de açaí Luiz Carlos, de 49 anos, que tem uma amassadeira no bairro do Buritizal.

Segundo o trabalhador, o que tem encarecido o preço do produto, além do período da entressafra, são os atravessadores. “Tem gente que vai comprar o açaí no porto do apanhador. Lá o valor pago é baixo, mas quando a saca chega aqui na rampa é negociada a um preço injusto. O Procon tem que fazer uma fiscalização sobre isso. Muitos colegas estão fechando suas amassadeiras porque não têm como continuar desta forma que está”, afirmou.

Outro batedor de açaí, Juliano Moraes de Carvalho, 36, diz que a escassez do açaí também está relacionada às exportações.
“Existem grandes fábricas operando aqui no estado. Os barcos dessas empresas fazem a ‘raspa’ nos portos das comunidades.
Dessa forma, o açaí pra consumo local acaba desaparecendo. É preciso que a política deste segmento seja revista para que as exportações não prejudiquem o mercado local”, alertou.

O Procon-AP foi procurado para comentar o posicionamento dos trabalhadores, mas não houve retorno à redação.

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