Da minha cepa de bons e queridos amigos, Marlúcio Serrano é mais um que, ousadamente e antecipando a hora, adormece na morte.
Era um jovem e sempre alegre senhor de 82 anos [vividos e muito bem vividos], que deixa pomares de razão pra nunca ser esquecido.
Sim, já tenho saudades.
E acuso-te, Marlúcio, porque fizeste o não previsto nas leis da amizade, do companheirismo, partindo sequer sem avisar.
Sim, tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, do
simples apertar de mãos.
Saudade daquele cumprimento carinhoso, só permitido aos íntimos mais íntimos, tipo: “E aí, Meloso?”.
Sim, Marlúcio morreu na madrugada desta quinta 30, ao lado da mulher e da filha, em Fortaleza, no Ceará —mas só vieram me contar já perto das 10h.
As lágrimas, aquelas que escorrem rosto abaixo, já se foram.
Mas, copiosamente, ainda choro muito por dentro.
Lágrimas ocultas, porém bem mais pesadas e doloridas que as aparentes…
Adeus, querido amigo.