24 de novembro de 2024
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José Sarney – ex-presidente do Brasil –

No meio do turbilhão do “deserto de homens e ideias” — como dizia Oswaldo Aranha, que acrescentava: “veio Mossoró (o cavalo campeão) de Pernambuco e ganhou o Grande Prêmio Brasil do Jockey Club Brasileiro” —, surge agora, num terremoto político, José Eduardo Cardozo, ex-Ministro da Justiça, dizendo que, depois da queda da Dilma, “nada ficou de pé”.

Frases aqui e acolá, de ontem e de hoje, estão fazendo onda. Pode figurar nelas a obsessão do Janot com o bigode do Jucá. Quem mais se diverte são os chargistas. O Chico Caruso está deitando e rolando, em O Globo, com o Dr. Janot.

Admirador do soneto A Moenda, de Da Costa e Silva, cito seus versos célebres:

Álcool para esquecer os tormentos da vida

E cavar, sabe Deus, um tormento maior!

Diz o Senador Jucá que “bigode pode causar fetiche”; e o dele está fazendo furor.

Que direi eu que carrego um desde que surgiu, aos quinze anos, e o deixei crescer à vontade, ficando grosso, depois comprido, depois grisalho e por fim branco? Várias vezes me sugeriram tirá-lo, eu recusei: “Já que me deu sorte, vamos deixá-lo aí até o fim”.

Tem sido marca e referência. Uns me trataram “de homem do bigode”; outros, de “o bigodão”. Com ele mexeram e até me insultaram. Sempre tive a atitude de “Deixa pra lá”.

Brizola uma vez me ameaçou “Vou raspar o bigode do Sarney”. E o Senador Vitorino disse, numa dessas passadas lutas, que ia arrancá-lo “ à pinça, cabelo por cabelo”.

Eu disse aqui, de mim para mim mesmo: “Vai doer muito!”

Mas, graças a Deus, ele aí está, e Deus queira que o Dr. Janot o esqueça — coisa que não me parece provável.

As mulheres estão isentas dessas críticas, com seus rostos lisos e limpos de pelos, mais fáceis de receber carinhos e elogios.

Chaplin explorou muito seu bigode. Einstein não deixou por menos o seu. E ainda com direito ao realce da língua de fora.

Sendo assim, o Jucá que se conforme com o seu bigode, que ainda mais só agora foi descoberto. Pior estou eu que carrego o meu há tantos anos. Mas muito feliz com ele, embora fique muito contrariado quando o chamam de “bigodão”.

Bigodes à parte, o País dá sinais de que volta a crescer, com empregos em alta, reservas melhorando, embora ainda longe de recuperar os 8% do PIB, uma vez que a recessão dos anos de 2010 em diante nos levaram a muitas dificuldades, cujas amarguras ainda estamos vivendo.

Numa situação dessas é o caso de levantar o ânimo dos maranhenses, tão castigados pelas perseguições do Governo, dizendo-lhes, como eu vi escrito em um muro do México:

“Não queremos fatos: queremos promessas.”

Uma delas é voltar a balança da Justiça a suas mãos — que foi tirada para colocar flechas a serem dirigidas contra os bigodes, como quer o Procurador-Geral.

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