Gostaria de compartilhar com vocês minha indignação pela morte de Wilson, de quem não era íntimo e com quem sequer jogava cartas.
Mas era, acima de tudo, um cidadão de bem, trabalhador e pai de família.
E estava na lida como taxista, quando foi conduzido à morte pela crueldade de bichos humanos, que não se contentaram em só roubar-lhe poucos tostões; mas não, queriam bem mais que aquilo, queriam a vida dele … Seu bem mais precioso e, infelizmente, não renovável. E a tiveram. Da forma mais vil, inconsequente, ordinária, tirana, sanguinolenta … Mas a tiveram, como queriam.
O que dizer de um fato tão terrível e brutal, tão trágico, tão triste, irreparável e inenarrável?
Apreciado por colegas de profissão, Wilson era um senhorzinho de 58 anos, logo uma vida toda pela frente. Um ‘boa praça’, sorridente, honesto e com apenas uma ambição: ser feliz, sempre!
Wilson foi jogado ao chão, esmurrado, pisoteado, massacrado, humilhado e depois impiedosamente morto.
Um crime de latrocínio?
Pra quem o amava, tanto faz.
Como não faz sentido cidadãos de bem, como Wilson, estarem em vida sujeitos à própria sorte, inseguros, desprotegidos, saindo pro trabalho e com a família sempre na dúvida se ainda voltam pra casa.
Repito: eu e Wilson nunca sequer jogamos cartas juntos, apenas meu ouvinte, talvez. Mas dói pra caramba, no fundo do coração, por ele, o ‘boa praça’ que nos deixou, e pela família, hoje mergulhada em dor profunda e eternamente inconsolável.
Vai Wilson. E que o manto sagrado o acolha no Paraíso, onde paz, liberdade e proteção divina certamente não lhe faltará.